The show must go on.

A Marina Ruy Barbosa casou e me parece que esse fato mudou o mundo de tanto destaque que vem recebendo. É manchete sobre os vestidos das madrinhas, sobre o buffet, sobre o “sapatinho de cristal” que os convidados receberam de presente já que havaianas é coisa de gente normal. Alguém sabe qual foi a mensagem do celebrante aos noivos? Alguém sabe as leituras bíblicas escolhidas pelo casal? Alguém sabe alguma coisa além de toda essa ostentação e frivolidade? Tudo bem ter dinheiro, tudo bem gastar da maneira que quiser, tudo bem transformar o casamento em conto de fadas de Bervely Hills, tudo bem! Mas acho que tudo isso está indo longe demais. Católica que sou, aprendi que o matrimônio é um sacramento e como tal, conta com a presença do Espírito Santo a abençoar a união. É através da palavra e da comunhão que Deus também se faz presente. É um momento sagrado, percebe? Aliás, não conheço tanto de outras religiões, mas sei que tanto quanto na igreja católica, a celebração de um casamento é sempre um rito lindo, repleto de significados, simbologias sagradas criadas para envolver os noivos em uma atmosfera de vibração positiva e amor. Mas quem liga pra isso né? Começa com as fotos do pre wedding. Não me entra na cabeça esse conceito. O pre wedding não seria todo o tempo de namoro e as fotos não seriam os registros de todos esses momentos partilhados? Os churrascos com os amigos, aquela caminhada que é um super programa de índio mas acabou sendo divertido, os jantares, as bebedeiras, as viagens…E os convites para os padrinhos? Sou madrinha de vários casais de amigos e sabe o jeito que fui convidada por todos eles? Na verdade nem fui convidada, fui comunicada daquele jeito bobo de amigo, entre sorrisos e sacanagens. Nada de sinal de fumaça, nada de pomba branca trazendo uma mensagem cantada por anjos, nada de nada…só amizade mesmo e aquela vontade de que os padrinhos sejam parte desse momento lindo. Tenho uma amiga que antes de me convidar pra madrinha me fez prometer que levaria Whisky pra ela e foi o que fiz. Logo comprei aquelas garrafinhas inox que eu via nos filmes e ela casou…bêbada, mas feliz e ainda sobrou pra que eu abotoasse cada um dos zilhões dos botões do vestido dela já que a outra madrinha estava tão nervosa que não dava conta.   Não sou contra que se gaste milhões na festa do casamento. Se eu tivesse milhões, também gastaria, contrataria o Lulu, o Jota,  iríamos farrear até o nascer do dia e ia ter um monte de foto vergonhosa pra gente rir quando estivermos velhos e nos reunirmos. Só acho que perdemos a noção do que realmente tem valor e como diz aquela frase manjada, as coisas mais importantes na vida, não são coisas.