.:Bacanices.:

Ainda dá tempo! Mas tempo de quê?

Eu não sei quanto a vocês, mas eu já comecei a ter uma gastura com o final do ano. Parece mais o final dos tempos de tantos atropelos. É tanto compromisso passado, presente e futuro que a gente se perde e aí mora o perigo. Primeiro grande equívoco: a gente resolve consertar tudo o que deu errado durante os outros 11 meses em 1 mês. Segundo grande equívoco: achamos que somos responsáveis pela felicidade de todos no final do ano. Terceiro grande equívoco: ficar fazendo lista de equívocos! Sinto informar que dezembro é só mais um mês e se não fizemos nada nos outros 11 meses, não será agora que vamos fazer. O que vamos conseguir com decisões forçadas que viram metas, sabe-se lá estipuladas por quem, é perder todo o prazer do mês de dezembro e nos afogarmos em compromissos, em dívidas, em cobranças, em lamentações e chegaremos ao dia 31, exaustos, nos sentindo um fracasso! Eu sei que o mês não é fácil, mas essa sangria desatada só piora tudo. Aqui na Ballaio, Andréia e Eu consolidamos nossos compromissos todos já marcados em um calendário e ainda assim nos atrapalhamos com novos compromissos, novas demandas, novo isso, novo aquilo…ficamos cansadas só de olhar nossa agenda. Eu ando sofrendo por antecipação em pensar que nas férias vou perder todas as minhas conquistas do Pilates (sim, cada milímetro vale!), da corrida…da vida. Aí fico cansada e começo a desejar as férias como alguém perdido no deserto deseja um oásis e de novo me escapa o dia de hoje. E olha que vivo repetindo pra mim que hoje é tudo o que temos, mas não adianta, na minha cabeça tenho o ontem, o antes de ontem, o amanhã, o depois de amanhã, o Natal, o Ano Novo e até um pouquinho do carnaval. Aí eu implico com a avalanche de panetones, com a árvore estrategicamente colocada pra interromper o trânsito e bloquear meu acesso e olha que, se Deus quiser, ainda hei de escapar das tais compras de última hora porque fila pra alguém sem paciência é a treva absoluta. E é presente pra um, lembrança pra outro e abrimos mão de sermos presença, de estarmos presente, de vivenciarmos futuras lembranças. Aí, pra completar, vamos remexer os baús e achamos a fatídica lista que insistimos em fazer e em não cumprir e olhamos para aquilo como um fracasso de verdade, mas o que fracassou na verdade, pra nossa sorte, foi só essa mania besta de ir na onda dos outros e fazer coisas que não encontram qualquer eco no nosso coração e nem adianta, se não tem seu coração, jamais vai sair da lista. O desânimo de não ter cumprido nada da lista passa logo e lá estamos nós fazendo novas listas, várias, pra não esquecer de nada e esquecemos do principal. Dezembro é pra ser celebrado, degustado, vivido, partilhado, vibrado. É hora de sermos gratos, de mais uma vez encontrar quem foi presente no nosso ano, de reconhecer nosso comprometimento, ou até rir da falta dele. Dezembro é pra ser leve, e doce, e lúdico…um arremate afetuoso para seus esforços de todo um ano e já começar a vibrar pra que o ano seguinte seja abençoado e de paz e de amizade e de fraternidade e de risadas e de brindes e de conquistas e de derrotas e de voltas por cima e de choro de alegria e de tristeza e de sol e de chuva…DE VIDA! Mas é verdade, AINDA DÁ TEMPO. Pare o que estiver fazendo, procure um calendário e escreva em letras garrafais tomando todo o mês de Dezembro: AINDA DÁ TEMPO…DE SER FELIZ! E que esse seja nosso maior compromisso! 

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