E ontem foi a noite da mulherada e quando digo mulherada, é muita mulher junto mesmo, acredite se quiser, mas éramos em 12. Fomos ao cinema assistir, finalmente, ao 50 tons de liberdade, último (assim espero) filme da trilogia dos 50 tons de cinza. Como eu tinha pilates e sou caxias, todo mundo acabou tendo que ir na sessão das 21 horas, mas a farra coletiva sempre vale o cansaço de ir dormir mais tarde do que o normal. Cinema lotado, o que é uma raridade aqui em Guaxupé, fila gigante pra comprar ingresso, pra entrar e o mais grave, pra comprar pipoca. Muita gente teve que voltar pra casa sem conseguir assistir ao filme, mal sabem eles como foram sortudos. Olha, fazia tempo que não assistia um filme tão ruim. Roteiro fraquíssimo, interpretações idem, o Grey que só é bonitinho e rico mesmo, teve seu momento garoto ultra mimado e birrento…o que nunca foi uma grande obra cinematográfica acabou se revelando um lamentável filme pornô de luxo. Pra completar, dei um azar tremendo e a sessão era com o filme dublado, então o que era ruim ficou pior, mas um pior sem limites. Nem as palhaçadas que costumamos fazer durante o filme conseguiu dar alguma graça. Ao final, nós indignadas com o tempo perdido, o orçamento astronômico desperdiçado e um povo batendo palma. Até agora estou sem entender se as palmas eram pelo filme ou eram a celebração pelo final do filme bem antes da meia noite, o que não comprometeu totalmente nossa noite de sono. Juro que fiquei sem entender as palmas. Eu sou meio embirrada com esse negócio de palmas. No teatro, que não vou muito, mas só aplaudo de pé quando merece e sempre me incomodou absurdamente essa mania que se espalhou pelo Brasil de, ao final de qualquer espetáculo chinfrim, toda a platéia aplaudir de pé. Um amigo que ficava constrangido e acabava levantando para aplaudir meio a contragosto ficava incomodado com essa minha postura embirrada até que um dia ele me disse: “Nossa, assisti uma entrevista do Diogo Vilela e ele falou exatamente o que você fala, que banalizaram um dos atos de maior reconhecimento do teatro que era o aplauso de pé, reservado tão somente às apresentações que tiravam o fôlego da platéia com atuações impressionantes dos atores. Disse que é um desrespeito com o profissional do teatro essa coisa de aplaudir de pé qualquer um. Você tem razão.” Uau! Além da delícia de ouvir o “você tem razão” vindo de alguém ultra metido a sabe tudo, a verdade é que palmas devem sempre ser reservadas ao extraordinário, ao inusitado, ao que encanta…e olha, tudo o que 50 tons de liberdade não foi é extraordinário, inusitado ou encantador. Foi no máximo dos máximos 50 tons de chatice. E confesso aqui, publicamente, certa inveja de quem teve a sorte de não conseguir comprar ingresso e foi pra casa dormir mais cedo.