Minha fé é bem mais ou menos e acho que ter uma fé viva e pulsante é uma das coisas mais bonitas da vida. Por isso admiro tanto a Dra. Filó. Mas antes de continuar, vou avisando que esse não é um texto sobre religião. A Dra. Filó faz pregações lindas e transformadoras e fala de um jeito que aproxima a figura de Deus, a palavra de Deus e o próprio Deus de nós, especialmente, através de sua intimidade com o “Jê”, que é como ela o chama, tamanha a intimidade dos dois. Pois bem, terça-feira, no final da palestra ela sugeriu que entregássemos 3 coisas que estão complicadas na vida e deixássemos pra Deus resolver do jeito dele. E não é que caí na besteira de fazer isso? E desde então, tô numa agonia só porque, uma vez entregue, o certo é não ficar amolando Deus e monitorando, como a gente faz com as encomendas dos Correios. Mas ô promessa difícil isso! Até tô meio arrependida de ter topado o desafio. Vejam bem, “entreguei” na terça a noite e hoje ainda é apenas sexta de manhã e acho que, pelo menos um milhão de vezes, eu senti imensa vontade de lembrá-lo do que eu entreguei e pior, bem queria dar uma cobrada, saber como está o andamento dos milagres. Por sorte, todas as vezes estava ligada e interrompi a cobrança, mas com aquela dozinha e uma vontade de fingir que tinha esquecido do nosso trato. Eu sempre soube disso, mas essa é uma situação de uma clareza absurda de como não confiamos nada, em Deus, no Universo, na vida, ou seja lá o nome que você prefira dar. Não confiamos no fluxo natural das coisas, não acreditamos em milagres nada e muito menos entregamos verdadeiramente as coisas. A gente sabe que não dá conta de resolver, mas também não larga. Tem esse exercício lindo e profundo do “Entrego, confio, aceito e agradeço.” Eu tô em uma versão um cadinho diferente: “Entrego, ma não solto; Confio, desconfiando; aceito, desde que seja do meu jeito e agradeço só depois de realizado.” Quanta limitação pra uma pessoa só não é? Mas acho que essa é uma boa oportunidade pra trabalhar isso. Racionalmente eu super domino todos esses conceitos, mas emocionalmente, que vexame! Depois de assumir esse compromisso que acho que está mais pra desafio, dispararam todos os meus gatilhos de medo, de pouca fé, de dúvida, de apego e acho que mais alguns(muitos) que nem consegui identificar, mas dispararam fazendo um barulho ensurdecedor. Apesar das escorregadas, sigo firme nesse propósito, mas vez ou outra escorrego e dou uma chamada do tipo: “Ó, eu fiz e a Dra. Filó foi Sua fiadora hein? Não vai fazer feio…” Mas imediatamente me corrijo e finjo que não tô nem aí com o como será, quando será e se será. Finjo que sou confiantona. Mas sendo bem sincera: ô promessa difícil!