.:Bacanices.:

O que se fala e o que se faz.

Acredito que um dos mais importantes exercícios pessoais é aproximar, ao máximo, o que falamos, do que fazemos. É a velha história de que se inspira pelo exemplo e não, meramente, pelo discurso, não importando o quão bonito seja o discurso. Tenho pensado muito nisso faz tempo e tenho zelado para que o que eu falo e posto seja honrado pelo meu comportamento no dia a dia. Sei que não é tarefa fácil, mas depois de começado vai ficando natural e mais fácil e mais fácil e mais fácil, até que a gente nem precise pensar nisso, simplesmente alinhamos quem somos, o que acreditamos e o que fazemos. Parece simples e óbvio, mas tudo que é simples e óbvio a gente complica né? E porque mesmo que vim com essa conversa? Porque desde sábado esse assunto tem me incomodado com mais força. Eu sei que não devo julgar as pessoas, eu sei que é mais fácil falar sem “calçar os sapatos da pessoa”, eu sei de tudo isso, mas meu coração não sabe, e confesso que rolou uma senhora decepção. Talvez, confesso também, muito mais comigo por ter admirado uma coisa que nem era tão verdade assim, do que com a própria pessoa. A história é a seguinte: Eu me encanto por umas coisas meio bobas e me encantei com a devoção de um filho por sua mãe. Eu achava uma graça ele ligar pra ela todo santo dia e jamais desligar sem dizer que amava. Eu achava uma graça ele se preocupar em compensar agora tudo o que a vida havia lhe negado de oportunidades. Eu achava uma graça…Pois bem. Não é que fiquei sabendo que esse mesmo filho que era essa graça toda ao meu olhar, literalmente casou e mudou…e não mudou pra logo ali não, mudou pra muito, muito longe. Tão longe quanto ele ficou pra mim da graça que eu achava que ele era. Acho legítimo cada um cuidar da sua vida, correr atrás dos seus sonhos e tudo isso, mas onde foi parar essa preocupação toda que era a coisa mais importante da vida dele? E no momento em que a mãe piorou muito a condição de saúde e já apresenta certa debilidade cognitiva. Tem me custado muito entender. Talvez nem seja por mal, talvez ele, como todos nós, não leve muito a sério a finitude das pessoas…sei lá que desculpa arranjar pra diminuir a decepção. Mas também, como tudo é escolha na vida e como tudo tem um retorno, decidi escrever sobre isso para que todos nós tenhamos um pouco mais de atenção nisso. Quem sabe mais alguém resolve achar isso de falar uma coisa e praticar o que fala um trem bacana e importante. Quem sabe você nunca tenha pensando no assunto e resolva pensar. Quem sabe você me ajude a superar essa decepção com um olhar mais evoluído da situação. Quem sabe…Eu não sei de muita coisa… Mas sei que faz muita diferença, pra gente e pro mundo, quando o que falamos e o que fazemos são a mesma coisa. Muita diferença!

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