.:Bacanices.:

A gente morre um pouco junto…

Sintomático que hoje esteja esse dia cinza e chuvoso…choramos todos a morte do Boechat. E quando morre alguém assim, que era tão próximo a nós, mesmo sem ser, morremos todos um pouco. Por agora choramos juntos a cada homenagem, choramos juntos relembrando nossas perdas pessoais que voltam a doer com carga máxima, choramos juntos porque somos colocados cara a cara com a verdade que mais tentamos negar: iremos todos morrer um dia. Quando morre alguém como o Boechat nos damos conta, pena que quase sempre por tão pouco tempo, de que a vida, como canta lindamente o Nando Reis, “(…) é mesmo coisa muito frágil…” Lembramos dos sonhos que deixamos pra lá e achávamos que não tinham mais importância, lembramos dos amores que deixamos morrer por tão pouco, lembramos dos amigos que já não ligamos mais e dos amigos que um dia iremos deixar ou irão, dolorosamente, nos deixar. Lembramos de tanta coisa e tudo vem a nós com lentes de aumento e sentimos tudo grande e morremos um pouco porque lembramos que aceitamos tão facilmente viver no diminutivo. Morremos um pouco a cada vez que o nunca mais nos atinge e quebra nosso sonho de imortalidade. Choramos por quem vai, por quem fica e choramos por nós e por todas as dores que negligenciamos e adiamos chorar. Choramos porque não cabe em nós essa torrente de sentimentos. Choramos porque um dia partiremos também e dá uma dó deixar essa vida. Choramos…tanto…Sentimos…tanto…e passa…tão rápido e voltamos a viver uma vidinha bem mais ou menos e nos conformamos e esperaremos até a próxima oportunidade para chorarmos tudo de novo e enquanto isso, morremos mais um pouco por nos contentarmos ser tão pouco. Vai com Deus Boechat!

 

 

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