Essa semana completa 1 mês que não vou pra casa. Forando época de campanha política, em 10 anos, nunca fiquei tanto tempo sem voltar. A semana que tá acabando já pesou bem e toda santa vez que liguei pra minha mãe rolou um “super maduro” chororô: “Quero ir pra minha casa, quero minha mãe!!!” Isso deve ajudar muito minha mãe não ficar preocupada e querendo vir me buscar na hora…rs. Hoje é sábado e acordei com uma vontade doída do bolo marreta da minha mãe. Marreta, pra todo mundo, é sinônimo de coisa ruim, pra mim e pra ela não. É o jeito carinhoso que chamamos o bolo que, há anos (diria até décadas) fazemos juntas. Desde que eu era pequena, sempre ajudei e ela ainda assava o bolo com aquele trem que colocava antigamente na parte de cima do fogão e, magicamente, o bolo não era assado no forno. Nunca usamos batedeira, ela diz que dá errado. Sempre batemos o bolo na mão mesmo e temos o nosso ritual de quem faz o que. Fui, aos poucos, conquistando tarefas…antes eu só batia as claras em neve, depois passei a untar a forma…o dia que enfarinhei, foi a glória! E hoje, quase que trocamos de posições e sobra pra minha mãe as tarefas mais simples…coisas da vida! O bolo marreta da minha mãe não tem nada de mais, mas tem tudo! O que mais fazemos é o com raspas de laranja…mas eu sempre torcia pra ela topar fazer o que era metade normal e metade chocolate. Quando ela topava, que dia feliz! Ainda hoje chego em casa em Poços e peço bolo marreta. Minha irmã Silvia, na maior boa vontade, se oferece pra fazer, mas os bolos delas são muito elaborados. Não quero calda, cobertura, recheio…não quero bolo fofo feito na batedeira…Quero o bolo marreta da minha mãe! E quero minha casa…quero minha mãe… Onde eu desisto dessa vida de adulto?