.:Bacanices.:

Desculpe o auê.

Ontem ouvi na terapia: “Depois de tudo, você é hoje outra pessoa, uma pessoa mais madura…” Eu bem merecia esse elogio, pena que ele veio justo agora! Na hora, meio envergonhada,  levantei a mão e me acusei : “Não sou não e pior, tem hora que tenho maturidade zero.” Rimos desse mea culpa embaraçado, mas tão sincero. Recentemente, aconteceu uma situação na qual eu devia ter sido a madura, mas fui a criança e não me orgulho disso, mas foi o que deu pra ser. Em minha defesa preciso dizer que foi uma daquelas situações que o bom senso fala alto, grita, berra e a gente até escuta por um bom tempo, mas aí, vem aqueles 5 minutos de bobeira e pronto! Tá feito o estrago. E quando a situação envolve pessoas que a gente nutria um especial afeto e imaginava tudo de melhor sobre ela e ela nos surpreende sendo, desnecessariamente, meio babaca, é difícil lidar de forma madura com a decepção. Eu fiz melhor do que não conseguir lidar bem e lidei mal, como há muito não fazia (e bota muito nisso, ao ponto de merecer elogio na terapia…rs). Engraçado como situações aparentemente triviais, que em outras circunstâncias tiraríamos de letra,  acessam lugares obscuros de nós e acho que foi esse o caso. A situação acabou sendo um gatilho que disparou um bocado de más lembranças e acionou meu instinto protetor que é bem marrento e infantil. Aí fui para o meu lugar menos evoluído no qual emburro, sou grosseira e fico tentando penalizar a pessoa ao invés de chegar e dizer: “Poxa! Você me magoou e doeu mais porque eu não esperava isso de você!” E o problema é que depois que a gente vai pra esse lugar e começa a fazer bobagens é mais difícil ainda voltar atrás, pedir desculpas e agir como adulto que queria o outro tão bem. Eu, como sou melhor escrevendo do que falando, vou tirar proveito da bacanice de hoje para fazer o certo. Eu acredito, de verdade, que é sempre tempo de fazermos novas escolhas, de reconhecermos que não tá legal, que aquela atitude não nos representa quaaaase nada e que podemos ser muito melhores. E também acredito que devemos fazer isso não por nada nem por ninguém, só para honrarmos quem somos e o que acreditamos. E acho  que é um jeito bem decente de honrar todo afeto que existiu antes. Não, ainda não tá digerido, superado e ainda sinto tanto que tenha sido assim, tem um gostinho de oportunidade desperdiçada, de que podia ter sido tão mais bacana e entrado pra nossa biografia de um jeito tão mais legal, naquela  parte das coisas boas que se eternizam em nós … Mas a vida tem lá seus mistérios e quem sou eu pra contestá-la. A mim cabe ser o melhor que posso e eu posso dizer, de todo o meu coração: Desculpe o auê…

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