.:Bacanices.:

Bom e velho SMS.

Hoje li um texto em que a autora narrava a saudade que sentia do SMS raíz. Achei o máximo e descobri que sinto saudades também. Gosto do WhatsApp, mas era diferente. Na hora veio-me à memoria longas trocas de mensagens entre mim e minha sócia, a Andréia. Comentávamos a novela, aquela do Félix, sabem? Toda noite era isso, mensagem pra lá, mensagem pra cá, acho que a novela mesmo víamos bem pouco, mas comentávamos e ríamos muito. Na época era um jeito rápido e fácil de nos comunicarmos. Hoje, virou uma caixa de entulho. Era bom ouvir o barulhinho avisando que havia chegado mensagem nova e, dependendo do emissor, era uma alegria só receber. Agora, eu só olho por força do hábito mesmo, mas meu coração nem tchum, aliás, nem sei qual o som da notificação. Sorriso então, nem pensar em surgir. No máximo, uma decepçãozinha quando o banco fica stalkeando a gente e avisando nós mesmos que acabamos de ter menos X reais na conta. Engraçado que quando o saldo aumenta eles, frios como uma geleira, nem mandam uma carinha feliz dando a boa notícia. O fato é que o bom e velho sms caiu em desuso, foi substituído e, tem gente que nunca mandou ou recebeu uma mensagem dessas. É muito louco pensar nisso, em tão pouco tempo, surgiu, revolucionou e foi abandonado. Um ciclo bem comum nessa vida de pouca importância às coisas e pessoas. Sou de uma geração bem mais apegada e, particularmente, tenho lá meus apegos cativos. Por exemplo, tenho sofrido horrores cada vez que passo perto da ex Padaria Primavera, na Vila Cruz, lá em Poços. Foi a padaria da minha vida, passou um tempo fechada e, essa semana que vi ela sendo demolida porque vão construir sei lá o que no lugar. Pra piorar o quadro, o meu açougue da vida inteira, onde assisti à Vó Ana escolher carne como a maior especialista em cortes e os açougueiros atendendo, pacientemente, cada pedido dela para aprovar a carne antes de ser cortada ou moída, também está sendo demolido. Mudaram para o mesmo quarteirão, mas não é mais o mesmo, nem quis visitar as novas instalações. Dá uma sensação tão triste ver um pedaço da minha história deixando de existir. O pior é que daqui um tempo ninguém nem vai lembrar que um dia existiu ali a Padaria Primavera, que já foi do Rui que era pai do Paulinho que estudou comigo no Bonequinho Doce da Tia Leda onde conheci a Helaine Moura que é minha amiga até hoje. Ao menos isso, os bons amigos, seguem juntos como guardiães da nossa história e quando a memória falhar, teremos uns aos outros para nos lembrarmos dos bons tempos. É certo que já terão inventado outras formas de comunicação e o pobre do WhatsApp será o esquecido da vez.

 

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