Tempos atrás li uma frase que me comoveu tremendamente. Achei um jeito tão bonito de definir nossa trajetória por aqui. Não sei o autor, mas diz algo assim: “Viva de uma maneira tal que quando você se for a vida sinta saudades suas.” Não é lindo isso? A vida sentir saudades?
De tempos em tempos me pego pensando no legado que vou deixar. Antes eu achava que legado, para ser legado mesmo, deveria ser algo grandioso. Com o tempo, tenho descoberto que deve ser sim bacana fazer algo grandioso e entrar para a história por isso, mas essa não é a missão da maioria de nós. Nossa missão é tão mais simples, lembra? A vida sentir saudades de nós!
Ontem, quando deu vontade escrever sobre isso, fiquei pensando no que queremos que fique registrado na nossa biografia e pensei também em como queremos ficar registrados na biografia das pessoas que dividiram essa existência conosco. Você já pensou nisso? Fiquei pensando em como seria triste ficar marcado como a grande decepção da vida de alguém, como a maior dor ou qualquer coisa do gênero. Também seria triste ter uma passagem sem significado algum, ser apenas um tanto faz… Mas em compensação, como deve ser emocionante ficar eternizado como alguém que valeu a pena dividir essa jornada, sem nada grande…”só” como aquele parceiro de viagem que ajudou a dar sentido e que sem ele a vida teria tido bem menos graça.
Eu acho que é mesmo graça passarmos por aqui sendo amor e não dor, mas é também escolha. Sempre insisto nisso. É escolha! Sabemos o que dói em nós e isso já é um ótimo começo para saber o que dói no outro. Sabemos o que nos conecta profundamente a outras vidas e isso também já é um ótimo começo para saber que tipo de comportamento e de atitudes podemos ter. Claro, nem sempre conseguimos ser o nosso melhor, mas até sendo nosso pior é possível agir decentemente. É possível pensar além do nosso umbigo. É possível muitas coisas, inclusive machucar profundamente. E é escolha! E é também aprendizado. A vida é generosa e nos dá chances de corrigirmos nossos equívocos. Cabe a nós magoar de novo ou reescrevermos essa história. E está lá a escolha de novo, em nossas mãos.
Quais as escolhas que temos feito? Será que a vida sentirá saudades de nós? Tomara que sim…tomara!