Você se lembra da última vez que ficou bobamente feliz, igual criança?
Eu fiquei sábado e só então me dei conta da falta que faz ter muito disso na vida. Era umas 4 da tarde quando chegou uma mensagem no grupo do whatsApp da minha turma de corrida. Não sei se vocês sabem, mas eu odeio funcional e sempre fiz a aula reclamando horrores e com uma cara péssima. Óbvio que não ajudava em nada, mas mesmo assim eu reclamava e fazia caras e bocas…igual criança. Pois bem, sábado eu recebi uma ótima notícia, voltaremos a ter duas aulas de corrida (que eu amo) na semana. Eu estava na cama da minha mãe assistindo tv. Imediatamente eu saltei da cama e saí pulando quarto à fora, minha mãe sem entender nada começou a rir da doideira da filha. A felicidade estava estampada na minha cara e toda essa boca mega que eu tenho me pareceu pequena pro tamanho do sorriso que eu queria dar. Minha alma se encheu dessa alegria boba, sabe? Essa alegria que vem, no que uma escritora que eu não lembro o nome lindamente definiu como “horinhas de descuido.” Eu nem sonhava que isso ia acontecer e sonhava menos ainda que seria uma alegria tão boa de sentir. Passei o resto do dia empolgadíssima e repetindo esfregando as mãos: “Nem acredito que vai ter duas aulas de corrida!” Quem visse a cena ia ter certeza que segunda cedo eu já iria correr. Que nada, ainda estou de castigo recuperando da cirurgia do joelho, mas naquele momento isso pouco importava, eu tava felizaça com a volta das duas aulas de corrida!
Você pode estar lendo e pensando, mas tudo isso só por isso? Siiiimmmm! E foi uma das melhores experiências dos últimos tempos e me fez desejar compartilhar isso com vocês. A gente perde tempo demais e gasta energia demais esperando as grandes coisas, as grandes alegrias. Precisamos, urgentemente, parar de desperdiçar essas pequenas alegrias que surgem diante de nós e a gente nem dá bola. Que grande besteira! Eu acredito que quando a gente se permite ser “feliz por nada” como diz a Martha Medeiros, a felicidade com grandes motivos fica mais empolgada em chegar pra nós. Se a gente faz essa festa toda com coisas pequenas, imagina com as grandes! Eu tenho certeza que essa minha alegria de criança e toda essa festa comoveram o universo e abriram um canal de boas notícias e mais pequenas, médias e grandes alegrias estão chegando. Tanto que hoje, na aula de Pilates, depois de 9 meses (literalmente um parto) de muita fisioterapia, de dias de muita dor, de muito fortalecimento e dias de tristeza de não poder correr, a professora de Pilates me liberou pra começar a caminhar. Detesto caminhar, mas novamente fiquei felizaça da vida e a meia hora de caminhada que farei, provavelmente resmungando, não me pareceu nada diante da real possibilidade de, em breve, poder finalmente voltar a correr. Fala se não é pura magia da alegria boba de sábado? Claro que é! Óbvio que é! Como é!
Como a gente partilha a vida por aqui, vim te contar isso e te convidar pra esse movimento pelas pequenas alegrias celebradas como se fossem gigantes. Que toda santa vez que a vida nos der um motivinho, por menor que seja, a gente salte de onde estiver e saia pulando estampando um sorriso que nem cabe no rosto, igualzinho criança, bobamente feliz!