Eu adoro esse conceito do baby steps, mas confesso que é muito difícil praticá-lo. Eu gosto de ver logo o resultado das coisas, gosto de fazer logo o que precisa ser feito e sempre achava que somente grandes esforços é que traziam grandes recompensas e aí quando todo esse esforço monumental não vinha com um resultado igualmente monumental, a única coisa verdadeiramente monumental que eu conseguia era a frustração.
Faz tempo que conheço o baby steps e por favor não implique de eu usar a expressão em inglês, é que foi assim que aprendi e acho mais sonoro e todas as outras palavras do texto estão no bom e velho português mesmo. Mas sigamos… Como disse, faz muito tempo que conheço o conceito de baby steps (passos de bebê) e em um dado momento da minha vida isso passou a fazer muito sentido. Especialmente quando a vida está arrastada, o que me tira do lugar incômodo são esses pequenos passos, às vezes minúsculos…mas quando nos movimentamos minimamente, já não estamos no mesmo lugar e cada pequeno novo passo, por menor que seja, já nos distancia do que não queremos e nos aproxima do que queremos, ainda que não saibamos bem o que seja.
A vida é movimento e parar não deve ser uma opção. Não estou falando daqueles dias que estamos exaustos, estou falando das escolhas cotidianas. Ultimamente, entrei numa lamentação sem fim tipo a hiena do desenho “Ó vida, o azar…”. Eu estava inconformada com a vida por ter feito absolutamente tudo certo pós cirurgia do joelho e ter dor, subluxação e não ter voltado a correr como queria desde o dia que decidi fazer a cirurgia.
Então, sem nem perceber, fiz morada nesse lugar. O joelho doía, eu reclamava, lamentava e permanecia agarrada àquele lugar sem me mover um centímetro. Até o dia em que eu decidi fazer o que tinha que ser feito porque só assim as coisas mudariam. Era o momento ideal? Longe disso! Mas bota longe disso! Tive que fazer escolhas, algumas bem duras. Tive que fazer cortes, alguns bem duros. Mas o principal: tive que ouvir meu coração e fazer alguma coisa pra mudar.
E desde então, todo dia que sou maior do que minha melhor desculpa, todo dia que madrugo e passo frio, todo dia que sinto dor (não mais à toa e sim por um bom motivo) eu comemoro cada um desses pequenos passos, celebro como se fosse um passo decisivo e se for pensar bem, é decisivo sim. E pouco tempo depois, já não estou no mesmo lugar e estou em um lugar muito mais feliz, orgulhoso e grato, todas coisas que estavam faltando na minha caminhada. Mais que caminhada se eu estava parada só reclamando?
Re clamar e pedir mais do mesmo. Movimentar-se é pedir s coisas novas é declarar em alto e bom som que estamos prontos e em marcha. Em marcha! Essa é outra expressão que adoro e que fez muito sentido em uma pregação da Dra. Filó quando ela explicou que seu coração só se apascentou quando ela chegou a uma versão das bem-aventuranças que não propunha essa rendição desolada, mas que exaltava aquele que confiante se colocava em marcha diante das provações e estabelecia então uma parceria com Deus.
E é isso que acho que meus baby steps representam hoje, minha parceria com Deus, eu fazendo a minha parte e Ele fazendo a Dele, até que chegue o momento (e há de chegar) no qual as nossas duas vontades vão coincidir, como num abraço de reencontro e ficaremos ambos bobamente orgulhosos um do outro.
Então eu te convido, vamos lá? Em marcha, como os mais vigorosos baby steps. Eles nos levarão onde nosso coração quer chegar.