.:Bacanices.:

Como na vida!

Assumo! Na maior parte do tempo (um eufemismo pra sempre), quero mesmo tudo pra ontem, ou, no máximo pra agora. É provável que um dos meus grandes aprendizados nessa existência seja esperar. E pior, esperar confiando que tudo acontece do jeito e na hora que tem que acontecer. Pra mim, beira missão impossível e é fácil me ver trocando os pés pelas mãos. Impressionante como a gente complica! Eu pelo menos sou a mestra do universo da complicação e se formos prestar atenção, as coisas são como são e nosso querer apressado não muda isso. A vida segue um fluxo natural e perfeito… e demorado! Há quase 1 mês eu tava correndo, tropecei e caí. (Como na vida!) Levantei, fiz de conta que tava tudo bem e terminei o treino sem, ao menos, me fazer um carinho e contabilizar os estragos, só segui em frente porque alguém disse que é assim que deve ser e eu acreditei. (Como na vida!) Chegando em casa fui fazer os “primeiros socorros”, a dor já tinha aumentado bem, mas achei que era normal, embora saiba que dor nunca é normal. (Como na vida!) Achei que aqueles cuidados meia boca eram suficientes e pronto. (Como na vida!) Dormi e no outro dia  tudo amanheceu em uma versão muito piorada. (Como na vida!) Meu olho ficou roxo, meu joelho ralado inflamou, fora a dor da batida, minha mão também inflamou com uma velocidade absurda e o braço ficou, praticamente, imobilizado. Qualquer movimento brusco só piorava. (Como na vida!). Fui ao médico, fiz exames, tomei remédio, mas a bem da verdade, a melhora estava a cargo só dele, do tempo. E a mim restava esperá-lo passar. Claro que pareceu uma eternidade, mas quando menos esperava, sumiu o roxo do olho e não ficou nem marca. (Como na vida!) Joelho ainda dói um pouco, mas hoje tenho só uma pequena cicatriz que chega a ser divertida e me lembra dos tempos em que brincava na rua e vivia ralada. Sim, é possível olhar pra cicatriz e achar graça! (Como na vida!). A mão demorou muito pra sarar. Vez ou outra, voltava a sangrar e parecia que nunca ia sarar. (Como na vida!) Hoje, olho pra ela e fico bobamente encantada como está quase perfeita e sem qualquer interferência minha. A vida, simplesmente, seguiu seu fluxo restaurador e cicatrizante. (Como na vida!) O ombro, acabou sendo o mais grave e ainda hoje dói bastante dependendo do movimento e sempre que dói me lembra que tenho uma limitação e que devo respeitá-la até poder superá-la. (Como na vida!). Fiz um senhor estrago em diferentes áreas (Como na vida!) e tudo caminhou muito bem sem que eu tivesse que coordenar a cicatrização, sem que eu tivesse que ficar o tempo todo dando ordens ao meu cérebro pra fazer isso e aquilo (o que nem daria certo já que sou péssima em anatomia). E talvez essa seja a grande lição desse tombo e de tantos estragos em diferentes lugares que, no seu devido tempo, se regeneraram: confiar na sabedoria e no fluxo da vida. Aprendi? Acho que ainda não, mas bem caíram umas fichas aqui e, só por hoje, vou confiar e deixar que tudo seja como deve ser. E amanhã? Vou tentar confiar de novo e de novo e de novo até que isso seja tão natural em mim quanto é hoje querer tudo pra ontem. Que seja pra quando for pra ser e tá tudo bem! Simples assim (mentira!) como a vida deve ser !

 

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