Sexta foi dia da faxineira vir. No horário do almoço, cheguei em casa, abri a porta e fiquei muito agradecida pelo apartamento limpo, por não ter sido eu que tive que limpar, rs, por estar em casa e ter cheiro de casa…essas alegrias bobas. Mas eis que bato o olho na minha mini adega e ela estava vazia. Como a faxineira tem umas ideias de jerico, tipo achar que tenho muitos pares de tênis e guardar vários deles em “esconderijos” que só a cabeça dela vê sentido em colocá-los ali, primeiro revirei a casa pra só depois ficar puta. Mandei mensagem e ela respondeu: ” a garrafa escapou da minha mão e quebrou…” Ah! Como fiquei chateada. Era um vinho especial, ganhei ano passado quando visitamos uma vinícola e eu estava guardando pra uma ocasião especial. Na hora pensei nas várias vezes que quase abri mas, tolamente, fiquei esperando uma ocasião “especial”. O que será que pode ser mais especial do que estar vivo né? E aí fiquei pensando também o quanto “nos guardamos” para o especial e negligenciamos a vida e deixamos de tornar o comum especial, só tendo uma nova perspectiva diante da vida. Essa semana ouvindo um podcast foda da Flávia Melissa ela dizia: “a gente se fecha para o que dá medo, para o que é ruim, mas com isso nos fechamos também para o que é bom, porque quando nos fechamos é pra tudo!” E parece tudo tão óbvio né? Mas porque será que temos tanta dificuldade em compreender o óbvio? Domingo é um dia bacana porque vem com aquele ar de recomeço e não há nada melhor do que recomeços para fazermos novas escolhas. Proponho que a gente abra a garrafa de vinho guardada, use aquele vestido, gaste aquele dinheiro e tire o plástico bolha que, depois de tantas quedas e esfolados e “rachaduras”, enrolamos nosso coração na ilusão de nos protegermos e nos guardarmos pro tal do especial. Não há nada mais especial do que estarmos vivos agora! Bora pra vida e se quebrar, que seja de tanto usar e não por guardar…Guardar…que ideia foi essa?