.:Bacanices.:

Decepção mata!

Não sei quantas vezes já lemos ou ouvimos que decepção não mata, ensina a viver. Eu até entendo o que essa frase quer dizer, mas ainda assim, na bacanice de hoje, vou discordar, solenemente. Decepção mata sim e mata de um jeito tão doído porque vai lá, bem naquele lugar reservado para os bons sentimentos, naquele lugar que a esperança sempre resiste, naquele lugar que não há guarda levantada…naquele lugar reservado para as pessoas especiais que cruzam nosso caminham e partilham conosco essa caminhada.

Decepção mata aquele nosso lado meio Poliana que insiste em ver o bem, que acredita nas pessoas e não espera o pior, mas sempre o melhor  do outro. Mata aquela nossa porção sagrada que se abre aos poucos porque já foi judiada, mas que insiste em acreditar que nem todo mundo vai agir mal e nos machucar.

A decepção também mata  a pessoa que nos decepcionou. Nunca mais será possível olhar pra ela sem o coração e olhar contaminados. Toda aquela admiração, todo aquele afeto, toda aquela parceria…tudo que foi construído aos poucos e com tanta dedicação e disponibilidade  são feridos de morte pra nunca mais voltar. A gente não fica chateado se alguém que não conhecemos muito nos decepciona, afinal, não esperamos nada dessa pessoa. Ah! Mas quando é  alguém que gostamos, como é doído.

Tem uma frase duríssima que diz assim: “as pessoas só fazem conosco o que permitimos.” Mas aqui, há que se considerar que permitimos porque gostamos, porque depositamos fé nessa pessoa, porque achamos que tínhamos uma ligação especial  porque a pessoa agiu como se, de fato, se importasse ainda que não desse a mínima na verdade. Pode ter sido uma falácia? É provável  que sim e que triste isso! E aqui entra uma necessária divisão de responsabilidade: errou quem criou expectativa? Claro! Mas isentar a outra  pessoa da responsabilidade por oferecer todos os motivos para que essa expectativa fosse criada é uma injusta premiação “ao lado mal da força.”

Não importa a circunstância, todos podemos escolher sermos melhores e mais decentes  e escolher ser tão pouco é das escolhas mais tristes. Decepção mata! Mata os laços, mata o afeto, mata a parceria, mata a alegria dos encontros…Mata! Mas  tomara que toda santa vez que formos decepcionados  o melhor de nós possa, de alguma, sobreviver a isso!

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