Essa noite, acho que já quase manhã, tive mesmo um sonho ruim e não acordei chorando, mas, de certa forma, passei o dia chorando. Não costumo ter sonhos ruins e acho que nem bons, ao menos não me lembro, mas como na vida, é muito louco como o ruim deixa marcas muito fortes. Acordei com um aperto no coração e a vida pareceu meio fora do lugar. Todo o meu corpo se ressentiu, assim como minha alma. Não foi nada bom, confesso, até porque, se fosse bom não seria um sonho ruim, mas também confesso que às vezes os sonhos nos trazem situações que ainda precisam serem lapidadas, trabalhadas, não basta só deixar pra trás, isso tem que nos deixar em paz. Acordei em descompasso, fiz as orações da manhã já pedindo pra Deus agir no meu coração e fui olhar o celular. Eu sempre repito que os amigos são a misericórdia de Deus nas nossas vidas e hoje esse agir veio na mensagem enviada pela minha amiga da vida inteira, Estela. Não tenho por hábito fazer isso, mas achei o texto do Papa Francisco tão inspirado e inspirador que vou compartilhá-lo com vocês na dose de hoje. E faço isso com aquele torcida pra que, se mais alguém teve um sonho ruim ou anda com a vida meio ruim, essa mensagem chegue relembrando que só existe mesmo um caminho que vale a pena, o caminho do amor. Soa meio brega, mas é a maior verdade, é a minha verdade e a verdade que deve nortear nossas escolhas, especialmente nos dias de sonho ruim. E que tenhamos sempre em mente outra verdade acalentadora da alma: ESTAMOS EM CONSTRUÇÃO!
“Durante a nossa vida causamos transtornos na
vida de muitas pessoas,
porque somos imperfeitos.
Nas esquinas da vida, pronunciamos palavras inadequadas,
falamos sem necessidade,
incomodamos.
Nas relações mais próximas, agredimos sem intenção ou intencionalmente.
Mas agredimos.
Não respeitamos o
tempo do outro,
a história do outro.
Parece que o mundo gira
em torno dos nossos desejos
e o outro é apenas
um detalhe.
E, assim, vamos causando transtornos.
Esses tantos transtornos mostram que não estamos prontos, mas em construção.
Tijolo a tijolo, o templo da nossa história vai ganhando forma.
O outro também está em construção e também nos causa transtornos.
E, às vezes,
um tijolo cai e nos machuca.
Outras vezes,
é a cal ou o cimento que sujam nosso rosto.
E quando não é um,
é o outro.
E o tempo todo nós temos que nos limpar e cuidar das feridas, assim como os outros que convivem conosco
também têm de fazer.
Os erros dos outros,
os meus erros.
Os meus erros,
os erros dos outros.
Esta é uma conclusão essencial:
Todas as pessoas erram.
A partir dessa conclusão, chegamos a uma necessidade
humana e cristã:
o perdão.
Perdoar é cuidar das feridas e sujeiras.
É compreender que os
transtornos são muitas vezes involuntários.
Que os erros dos outros são
semelhantes aos meus erros e que,
como caminhantes de uma jornada,
é preciso olhar adiante.
Se nos preocupamos com
o que passou,
com a poeira,
com o tijolo caído,
o horizonte deixará de ser contemplado.
E será um desperdício.
O convite que faço é que você experimente a beleza
do perdão.
É um banho na alma!
Deixa leve!
Se eu errei,
se eu o magoei,
se eu o julguei mal,
desculpe-me por todos
esses transtornos…
Estou em construção!”
PAPA FRANCISCO