Das coisas de maior inutilidade que podemos fazer, brigar com a vida é, certamente, uma das maiores. Sim! Vez ou outra a vontade é socar a vida, igualzinho lutador de boxe soca aquele sacão de treino. Especialmente se estivermos vivendo um daqueles momentos que parece que estamos apanhando e muito dela. Eu acho que todo mundo já passou momentos assim, de pura raiva. Parece sempre a maior injustiça, afinal somos tão bacanas, tão corretos, tão bonzinhos…Eu tenho colecionado momentos assim, já briguei muito, mas dessa vez estou meio que me rendendo. Não por desistência ou covardia, mas por começar a compreender, ainda que discordando e tendo muuuuiiita vontade de socar a vida. Mas ao invés de partir para a briga, é um momento de conciliação. Apanhamos porque fazemos escolhas equivocadas, porque nos traímos, porque aceitamos pouco, porque ficamos acomodados, porque abandonamos os sonhos, porque nos apequenamos…Eu poderia ficar até amanhã enumerando os motivos, coisa que também não ajuda muito. O fato é que, em algum momento, nós e a vida tomamos rumos diferentes e é preciso corrigir a rota. Em alguns dias chegamos exatamente à metade do ano. É um ótimo momento para fazer um balanço. Pode ser que tudo tenha dado errado, o que é ótimo, porque depois que tudo dá errado chega a hora de dar certo. Pode ser que tenha sido uma lua-de mel com a vida e pode ser que tenha sido um pouco de cada coisa. Eu tinha muitos planos para esse ano, a vida tinha outros e toda santa vez que isso acontece, tenho que admitir que a vida sempre teve mais razão do que eu. E por isso não vale a pena brigar. Vale a pena sentar, assar pão de queijo, fazer chocolate quente e conversar, como bons e velhos amigos, companheiros de viagem. Vale rir dos arranca rabos, vale agradecer, vale pedir desculpas e vale até uns palavrões bem ditos. Vale zerar a história e recomeçar confiando na máxima que diz que a vida sabe o que faz, sabe o que tira e sabe o que traz.