.:Bacanices.:

Nossos dias mais ou menos (mais pra menos)

Hoje é sexta-feira, peguei estrada com sol e céu azul, já estou na minha casa em Poços e teve comida de mãe na hora do almoço, mas ainda assim simplesmente não é um bom dia.

Tô brigando com o sentimento de estar coisada. Já me perguntei qual o motivo, já tentei deixar pra lá e nada, aí só me restou fazer virar bacanice.

Tenho estudado um bocado sobre a nossa criança ferida e os vários momentos em que ela assume o controle da nossa vida. Acho que hoje ela, na minha melhor versão emburrada, resolveu tomar para si  essa linda sexta ensolarada. Por sorte não está chovendo…com sol, até nossos dias mais ou menos ficam mais suportáveis.

Fui escolher a foto pra ilustrar o texto e achei essa perfeita e meio que indicou muita coisa. Acho que a gente tem se dedicado tanto a nos esforçamos pra ficar bem, pra ver o lado bacana do que não é tão bacana, pra aturar os dias de chuva torcendo pelo arco-íris que de vez em quando precisamos que nossa criança ferida dê um basta nisso tudo e nos permita sentir…ressentir…e até não compreender o que está sentindo e achar que tudo bem.

Todos nós temos essa criança que fez um bocado de registros, de leituras e cristalizou alguns sentimentos. E ao longo da vida, algumas situações nos remetem a esses cristais e doemos, mesmo sem saber o porquê. Doemos…

Já contei pra vocês que ando saudosa esses dias, nostálgica talvez defina melhor. Revisitei lugares de muitas dores, meus joelhos estão doendo e fico sendo fatalista que nunca mais vou voltar a correr e não tenho conseguido naturalizar tantas mortes (Graças a Deus, seria muito triste conseguir).

E aí chega uma hora que é preciso parar pra sentir tudo isso, sentir muito, sentir até que as dores doam pra se esgotarem e abrirem espaço para as alegrias que estão esperando na fila.

Fico pensando que não teria melhor dia e nem melhor cenário pra isso acontecer. Se tivesse sozinha em casa isso poderia se estender além do saudável e necessário. Por aqui, já já vai ter café da tarde com rosca da Dona Lázara, vai ter final de novela, vai ter o final de semana em casa com comida e colo de mãe…e é certo que minha criança ferida vai se sentir mimada e vai ficar feliz da vida sabendo que há tempo pra tudo debaixo desse céu…tempo de doer e tempo de mimar e que viver é se permitir doer e ser mimada, doer e ser mimada, doer e ser mimada, doer e ser mimada…ad aeternum!

 

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