Posso, sem sombra de dúvidas, dividir minha vida em antes e depois do dia 04 de fevereiro de 2013. Nesse dia, simbólica e realmente, minha vida ruiu. E como toda boa ruína necessária que se preze, não sobrou nada… Vida pessoal, vida profissional, vida afetiva…vida! Voltei pra Poços e foi a primeira vez que entrei em um profundo contato com o nunca mais: achava que nunca mais ia me recuperar, que nunca mais ia ser feliz, que nunca mais ia sorrir…nunca mais! Mas também entrei em profundo contato com o renascimento e com o melhor amor: aquele que as pessoas nos oferecem quando não temos nada de bom a oferecer. Seis anos depois eu só me lembrei da data porque o Facebook trouxe, nas lembranças do dia, posts de todos os outros 5 anos anteriores dessa data. Ao reler e, de certa forma, reviver aquele dia e os dias seguintes foi intenso e isso reverberou em mim. Talvez não com o impacto dos outros anos, mas claramente baixou minha energia. Mas deixei pra sofrer em outra hora já que na segunda eu tinha um compromisso mais importante de ser generosa com uma amiga que foi bem dessas que me deram amor gratuitamente nesse período punk. Simbolicamente, Eu sorri muito nessa noite, me diverti muito e me senti muito feliz e abençoada e muito distante do nunca mais que um dia me habitou. Na terça acordei meio assim, mas também não tinha tempo pra ficar triste e ganhei uma terça muito simbólica do quanto eu me comprometi em ser melhor do que tinha sido, não um melhor besta, mas um melhor desses que eu nem sonhava em ser possível, um melhor capaz de reescrever histórias com o enredo certo dessa vez, um melhor que hoje sabe que nenhum amor pode ser maior do que o próprio, um melhor 100% responsável pelas minhas escolhas.
Nessa quarta, acordei com o dia nublado e sorri. Eu que detesto dias nublados entendi que o sol me deu um espaço para ficar triste pra exorcizar essa coisa que ficou em suspenso por dois dias. Eu sou defensora dos dias em que podemos ser tristes sabe? Parece que existe uma proibição, somos obrigados a ser felizes o tempo todo, caso contrário precisamos tomar antidepressivos. Acho os dias de tristezas sagrados e legítimos. Nem tudo são flores e tá tudo bem. Hoje, vou me permitir sentir uma certa tristeza pelas lembranças que o face me trouxe de dias realmente pesados e de nenhuma esperança em dias melhores. Sofro, não com o peso de antes, mas como que uma reverência ao período mais transformador da minha vida. Sofro porque foi triste demais mesmo. Sofro porque apesar do aprendizado, sendo brutalmente sincera, eu abriria mão fácil desse período. Sofro porque ainda me dá vontade chorar. Sofro porque vez ou outra ainda rola um: podia ter sido tão diferente! Mas em contrapartida, sofro sendo grata. Grata porque hoje ficar meio pra baixo é uma escolha possível e não um sentimento avassalador que eu não podia controlar. Sou grata porque, na maior parte do tempo, sei que nada é diferente do que devia ser. Sou grata porque nesses 6 anos eu me transformei em uma buscadora e não desisti até que, onde eu só via impossibilidade, voltei a enxergar possibilidades e voltei a acreditar e desejar de todo o meu coração Dias Melhores!
O cara que fez minha mudança de volta pra Poços e que, 6 meses depois fez minha mudança de volta pra Guaxupé me disse assim quando estava saindo do meu novo apartamento meio brincando, mas acho que meio apostando que eu não daria conta: daqui a 6 meses volto pra buscar suas coisas! Pois bem moço da mudança: 6 anos se passaram e cadê você? Eu dei conta! E só por hoje vou ficar um cadinho triste, mas amanhã, amanhã eu vou ser é feliz porque é pra isso que serve toda essa história, me lembrar que eu mereço ser feliz e que isso só depende de mim e nunca mais vai depender de mais ninguém! E nesse NUNCA MAIS eu confio!
Que lindo. Amei a bacanice de hoje. Tem uma frase que é forte pra mim. Quando sou fraco, aí sou forte. Este é o movimento da vida. As vezes é necessário estar bem triste pra reconhecer os lampejos de alegria.
Tamu junto.
Fico muito feliz que tenha gostado. E fez uma bela leitura Ana!
Ah como eu gosto das bacanices com café! Tambem tive um período na vida q sem pestanejar eu abriria mão de ter passado por ele. Foi daqueles momentos q qdo se olha p trás não há riso, mas ha esse direito e poder de ficar triste. Não gosto de ficar triste, não combina comigo, só q as vezes e necessário passar pela tristeza p conpreender melhor a alegria. Bom q passou. E nunca mais!
Ah! Como eu gosto do seu olhar para as minhas bacanices! Gratidão!