Sim! Por vezes e por longos períodos vamos, vergonhosamente, empurrando com a barriga até onde dá. Dependendo da nossa “sorte”, esse até onde dá chega a um fim e nesse fim a vida pede da gente em alto e bom tom uma só coisa: CORAGEM! A ausência da coragem causa danos irreparáveis e, talvez o maior deles, seja olharmos no espelho e como a Cecília Meireles, perguntarmos : “Em que espelho ficou perdida a minha face?” A gente se olha, se encara e não mais se reconhece ali. É chegada então uma situação limite e o bom de situações limites é que temos a preciosa chance de começar de novo, de recrutar o que de melhor e mais valente há em nós, de fazer uma verdadeira caçada até reencontrar a coragem do nosso coração. Na grande maioria das vezes, ela continua lá, exatamente no mesmo lugar, apenas soterrada pelo medo, esmagada por histórias cruéis que contamos pra nós e tornamos verdades absolutas que, dia após dia, drenam nossa alegria, minam nossas forças e comprometem nossa fé. Não sei bem se o oposto de coragem é medo, se não for, é algo muito semelhante e tão paralisante quanto. O medo é um dos mais letais sabotadores que temos na vida e deixá-lo ganhar espaço é um grande erro…grande mesmo! O medo faz de nós vítimas da vida, das circunstâncias, de tudo! Lembra do Leão do Mágico de Oz? Não lhe faltava coragem, mas a verdade é que lhe sobrava medo e somos iguaizinhos. Não botamos fé em nós, mas botamos fé em todos os piores cenários que somos capazes de imaginar. E talvez, o melhor antídoto seja mesmo cada um de nós começar uma viagem particular, pessoal e intransferível por nossa própria estrada de tijolos amarelos e quem sabe ao fim possamos encarar o velho espelho e encontrar uma nova face, aquela que sempre foi nossa, mas que o medo deformou.