.:Bacanices.:

Os tombos da vida…e as levantadas.

Hoje, mesmo cansada, acordei 5:30 da manhã pra treinar. Eu gosto de desafios e o próximo é daqueles: Meia Maratona do Rio. Foi um percurso puxado, mas nada diferente do que fazemos habitualmente. Tudo ia bem até que levei um capote como há muito não levava. Ralei mão, joelho, cotovelo, testa, machuquei o braço…tava sozinha e fiz o que tinha que fazer…levantei, respirei e continuei correndo, mesmo doendo, mesmo querendo minha mãe, mesmo querendo sentar na calçada e chorar…mesmo…mesmo… E não podia haver melhor metáfora para os últimos meses. Tombos atrás de tombos. E em todos eles, levantei, respirei e continuei vivendo porque, como escreveu lindamente Guimarães Rosa, “o que a vida quer da gente é coragem.” Tenho tentado ser valente sabe, não por nada e nem por ninguém, mas por mim. Acho que meu maior compromisso tem sido me honrar e talvez o universo esteja colocando situações pra que eu faça essa escolha uma vez e outra e outra e de novo, até que eu mesma não tenha dúvidas de quem sou e do quanto de valentia existe aqui em mim. E sabe o melhor? É fruto de um trabalho muito consciente de auto conhecimento e de muita persistência. Não é do meu feitio ser hipócrita e por isso sempre escrevo com toda a minha verdade e hoje não seria diferente. Tem horas que, igualzinho ao tombo de hoje, quando dói, eu penso sim em desistir, penso que eu quero o colo da minha mãe, penso que eu queria que a vida facilitasse um pouco, me apequeno e queria sentar na calçada e chorar até a dor, o medo ou a decepção passarem. Mas, graças a Deus e a tantas pessoas que me inspiram, eu não desisto…”não me entrego sem lutar, tenho ainda coração…” (sempre grande Renato Russo!) porque o meu maior compromisso nessa vida é ser feliz, é me honrar, é honrar cada palavra que escrevo e cada atitude que tenho. Meu maior compromisso é não desperdiçar essa existência, é ser o melhor que posso ser, mesmo quando dói (e olha que tem doído), mesmo quando o tombo vem de um tropeço que a gente nunca esperava. Eu sei que o tombo de hoje ainda vai virar história e vou poder rir de tudo isso e vou poder sentir orgulho, porque não há o que pague poder sentir orgulho de quem somos e de como reagimos aos tombos. E não há o que pague quando o tombo machuca a gente na alma, mas nos faz cair em nós e descobrimos que esses são os melhores, mais doídos, mas os melhores tombos da vida e que a lição deles fica pra sempre, ao contrário das raladas nos joelhos, cotovelos…

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