.:Bacanices.:

Pode fluir…mas sob controle!

Se tem um exercício que pra mim é pior que prova de física (e olha que eu fiquei de recuperação em todas as recuperações possíveis de física na vida!) é o tal deixar fluir e confiar que a vida tem um fluxo perfeito. Eu sei, eu acredito e eu queria mesmo que isso fosse possível pra mim, mas a verdade é que só deixo a vida fluir quando está tudo sob controle, ou seja, sou uma fraude! Uma fraude que tenta, que se compromete, que exercita…mas ainda assim, uma fraude. Eu gosto de ter a vida sob controle, mesmo que eu saiba que na verdade, nada (ou quase!) está, verdadeiramente, sob nosso controle. Mas é uma sensação que me tranquiliza um pouco. Acho que tem muito da educação que recebi e tem outro tanto da minha personalidade mesmo. Eu sempre gostei de resolver os assuntos de uma vez. Lembro que quando fiz o curso de datilografia (Sim! Sou dessa época.), assim que possível, comecei a fazer dois horários para terminar logo. Na escola, tirando esses tropeços com a física, sempre gostei de garantir a passagem de ano nos 3 primeiros bimestres para ter o quarto bimestre para bagunçar, coisa que nunca fiz de fato como imaginava fazer.

Imaginava fazer…acho que esse é um dos problemas. Temos uma imaginação fértil… e catastrófica! Dia desses li um post e achei graça, dizia assim: “Eu até estou indo bem, só não posso pensar que choro!”Eu também até que estou indo bem, mas tem lá uns dias (e umas noites) que caio na besteira de pensar! Nosso pensar é meio viciado no sofrimento e tem um olhar bem limitado. Quando entramos nesse estado de ansiedade e nessa tentativa de controlar o resultado é que pensamos sempre no que de pior pode acontecer e já sofremos por antecedência. Talvez estar de mãos atadas seja aquele jeito nada sutil da vida cobrar da gente o que já deveríamos ter aprendido…Igual a prova de física. Talvez não tendo controle, reste a nós confiar e deixar fluir. Se não damos conta do que imaginamos que vem aí, é hora do mais básico dos exercícios: um dia de cada vez. E se ainda assim não for possível, meio dia de cada vez…uma hora de cada vez…meia hora de cada vez. Até que seja possível o processo inverso: meia hora…uma hora…meio dia…um dia…uma vida! E tem mais, quem sobreviveu a 3 anos de zeros em física há de sobreviver a uns zeros da vida!

 

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