Ou está havendo um desencontro tamanho ou alguém está mentindo…
Tanta gente procurando um amor…Tanta gente procurando amar…Mas ninguém se encontra. Será mesmo?
Talvez esse movimento de procura não seja lá muito sincero. Amar, mesmo, não é para os fracos. Dá um trabalhão danado. Só é fácil nessa grande falácia dos contos de fadas e filmes da Sessão da Tarde que abusam do conceito de marmelada e abusam da nossa boa vontade em comprar historinhas perfeitinhas como se fossem de verdade. De verdade mesmo só esse desencontro que talvez comece em nós mesmos. Procuramos um amor da boca pra fora porque da boca pra dentro , muitos de nós estão de portas absolutamente fechadas e com uma bela plaquinha de NÃO PERTURBE pendurada pelo lado de fora. Dizem que estar sozinho é difícil. Sim, pra muita gente, estar sozinho é insuportável porque a pessoa terá que se conhecer, se fazer companhia, se olhar, se escutar o que acaba levando a algumas descobertas que nem todo mundo está disposto a encarar. Mas amar também não é tarefa nada fácil. Pensa! Não conhecemos bem nem a nós mesmos, como vamos conhecer o outro? Amor, a despeito do tal do amor à primeira vista, é construção a longo prazo, dessas que leva uma vida toda de parceria, cumplicidade, paciência e disposição. DISPOSIÇÃO merece destaque aqui. Amar é um aprendizado que não acontece quando somos obrigados. Temos que estar abertos e absolutamente dispostos. Dia desses assisti uma palestra o cara dizia que o amor vem é para bagunçar e chega uma altura na vida que só de pensar em bagunça já desanimamos. E haja disposição para dar jeito na bagunça né? Pode ser um trabalho divertido ou pode ser um desafio tremendo! Quando já não somos mais tão jovenzinhos, temos uma bagunça acumulada e o primeiro passo é desentulhar. Liberar espaço entre lembranças, mágoas, dores, medos, alegrias, saudades, dó, saudade do que não foi vivido…uma bagunça dos infernos! E dá-lhe trabalheira para desapegar dessas coisas que estão conosco há um bom tempo que a gente até chega a pensar que são partes nossas, mas não são e devem ir para o lixo. Aí vem o apego…aquela dozinha de jogar tudo fora…afinal, vamos sofrer com o que quando tocar aquela música, quando chover no domingo, quando der saudade de ter saudade? Passada essa doideira, temos que escutar verdadeiramente nosso coração: queremos mesmo alguém? Se a resposta for não, ótimo, segue o baile! Se a resposta for sim, ah…aí estamos lascados porque é chegada a hora da verdade e teremos que nos abrir. Não, o amor não é complicado. Nós somos! E a maior verdade sobre tudo isso veio a mim em forma da música que cantarolei o tempo todo enquanto escrevia essa bacanice e que é bem simples, ao contrário do cenário de bagunças que descrevi. No meio disso tudo, o que realmente interessa é isso e pode cantarolar comigo: “Saber amar, é saber deixar alguém te amar…saber amaaaarrrr, é saber deixar alguém te amar! Simples e bagunçado assim!