Sejamos sinceros, tem lá um dia que, do nada, acordamos nublados. Comigo, nada coincidentemente, isso quase sempre acontece nos dias nublados e aí fica aquela “nublação” geral…dia, alma, sonhos, coragem…tudo nublado. Eu já achei que a gente tinha que ser valente em dias assim e combater essa nhaca toda e ficar feliz a todo custo. Agora eu acho que a gente tem mesmo que ser valente pra viver esse dia sem combater, sem lutar, só viver em completa entrega e confiar que logo, mais cedo ou mais tarde, o sol volta a brilhar. Só tem um pequeno senão nessa coisa toda…nunca é do nada que acordamos ou ficamos assim. É sempre nossa alma escancarando algo que a gente fica se negando a ver. E como nos negamos a ver algumas coisas né? Às vezes nem é por mal não, é que é meio vergonhoso ver e não tomar providências né? É difícil assumir que nos acovardamos mesmo. Mas olha só, tá tudo bem se acovardar vez ou outra. Tal como o sol, logo a coragem se apresenta de novo à postos para nos levar adiante. Mas na maioria das vezes é um problema de matemática mesmo. Quem inventou essa equação descompensada de que, sendo muito generosa, apenas 5% de tudo que trazemos é consciente? Quem foi esse infeliz?! Sacanamente, navegamos, na maior parte do tempo, em um mar de 95% de águas revoltas inconscientes e povoado por seres marinhos que podem ser mais assustadores e lendários do que o monstro do lago Ness. E, ao que tudo indica, nesses dias nublados, um ou outro monstrinho quer é vir para esse seleto grupo dos 5% e acredite, isso pode ser uma tremenda oportunidade pra dar um jeito nisso, ou pelo menos, uma belíssima chance de começar a entender determina situação e isso já é um fundamental primeiro passo. Depois disso é só questão de tempo, de sol e de valentia pra que isso seja ticado da lista de problemas. Simples assim? Não! Não é exatamente simples, mas também não é tão complicado. Vai doer? Provavelmente sim! Você vai morrer? Arrisco a afirmar, categoricamente e botando uma senhora fé em você, que não. A maior chance é que isso seja mesmo um daqueles presentes que, num primeiro momento parecem de grego, mas não são. E presente, a gente não devolve e aceita com gratidão. E enquanto a alma estiver nublada, repita pra você um sem número de vezes até que se convença disso: “É só um dia ruim, não uma vida ruim.” E vai passar… “tudo passa, tudo passará…”