Hoje é o dia da mulher e não, esse não é um texto de feliz dia. Também não é um texto mal humorado contrário à data. É que eu fiquei pensando de quantos “tem que” é feita a vida das mulheres. É provável que essa tenha sido a coisa que mais ouvimos, desde o nascimento quando temos que chorar. Aí depois, contraditoriamente, somos ensinadas que temos que parar de chorar que isso é coisa de mulherzinha e que hoje em dia não tem mais espaço para choronas. Na infância vemos os meninos sonhando alto, sendo super heróis, astronautas, salvando o mundo e nós temos que nos contentar com aprender a cuidar de criança com bonecas, aprender a cozinhar, a fazer feira…sempre achei os brinquedos das meninas tão limitantes e injustos. Vamos crescendo e temos que ajudar a mãe nas tarefas de casa, na escola temos que ser bem comportadas, inteligentes e quietinhas enquanto isso os meninos deitam e rolam, pintam e bordam. E nessa sucessão de tem que vão nos domando, inferiorizando, limitando, castrando e todos os ando que você conseguir imaginar. Mas se dermos sorte e formos minimamente valentes, em algum momento o tem que muda de figura…e como muda! E os únicos tem que verdadeiramente nos interessam são os que elegemos, são os que escolhemos, são os que fazem sentido para a nossa alma e que ampliam nossa existência. Descobrimos então que também podemos ser super heroínas, talvez isso explique essa febre de mulheres maravilha em todo carnaval, descobrimos que podemos ser astronautas, que podemos nos comportar mal, que podemos fazer o que der na telha, igualzinho os meninos na escola e o melhor, sem ter uma diretoria pra ser levada e enquadrada. Gosto de uma frase que diz que escrever é um ato revolucionário. Pois bem, ser mulher e sobreviver aos tem que da vida é que é revolucionário e libertário! Que hoje seja um dia de celebração sim. Celebremos com um sonoro TEM QUE UMA OVA e que possamos repetir isso por todos os dias da nossa vida a cada vez que quiserem nos limitar. Somos ilimitadas!