Alguém sabe me responder quando foi que a gente começou a complicar tanto essa coisa de ser feliz? Quando ser feliz deixou de ser uma coisa natural da vida e passou a ser um objetivo a ser duramente perseguido? Quando é que felicidade virou sinônimo de coisa grande, fora do comum? Eu não sei as respostas, mas sei que é preciso zerar tudo isso e começar de novo dando uma nova chance pra vida nos surpreender naquelas horinhas de descuido que, segundo reza a lenda, são os momentos prediletos para a felicidade dar as caras. Se a gente for pensar bem mesmo, ser feliz é a coisa mais boba do mundo, basta a gente se permitir, estarmos abertos e dispostos a isso. Não precisa racionalizar, não precisa explicar, não precisa nada, só sentir e ser. Por vezes, um dia comum acaba virando um dia memorável e a gente se pergunta: mas o que teve esse dia pra ser memorável? Teve riso frouxo, teve palhaçada, teve amizade, teve nós à disposição da vida para que ela nos surpreendesse e não é que a vida mostra mesmo a que veio? E na verdade ela tá sempre disposta a isso, a nos surpreender, a nos proporcionar momentos memoráveis, mas estamos tão fechados, tão ausentes do presente, que nem damos a mínima chance pra ela fazer isso e frustrada, a vida vai ficando sem graça e quando vemos um dia feliz fica de fato cada vez mais raro e começamos até a duvidar que eles existam e iniciamos um triste ciclo de infelicidade explícita. Não sei se o seu sábado valeu a pena. Não sei se sua semana valeu a pena. Não sei se você, como eu, tem essa sensação, diria até certeza, de que um dia feliz é muito raro. Não sei… O que eu sei é que isso não é verdade e que é chegada a hora da gente se contar outra história e acreditar nela e ter mais horinhas de descuido e se desculpar com a vida e dizer pra ela e pra felicidade: “Vem ni mim que eu tô facinho”!!!